Boa Noite Primeiro é uma Honra ao Curtindo Metal entrevistar o Averno Tormento da Horda Desgraça Eterna vamos começar ave.
(Cleyton Aamon) Averno Tormento Guerreiro como foi sair de minas e vir para o calor do nordeste e fazer tudo com membros novos e sem falar dos eventos?
(Averno Tormento )Salve maligno! A honra é toda minha de poder falar um pouco sobre o trabalho da Desgraça Eterna para este nobre veículo de informação subterrâneo.
Na verdade eu deveria ter vindo de minas para o nordeste muito tempo antes, pois estou gostando muito de morar aqui. Morava em uma cidade do norte de minas onde as pessoas ainda têm um pensamento bastante provinciano, moralista, cri$tão e hipócrita; apesar da redundância. Em um lugar imundo desses é bastante difícil poder realizar algo, ainda mais sozinho. Vir para o nordeste foi como virar uma página, fazer uma história começando do zero. Apesar dos muitos vermes pilantras que infectam o subterrâneo nordestino assim como todas as regiões brasileiras, tive a oportunidade de conhecer pessoas com as quais pude somar para realizar trabalhos e ações que realmente importassem no contexto nordestino. Quem milita dentro do verdadeiro subterrâneo nacional sabe o quão difíceis as coisas são; fazer um evento de qualidade somente com Hordas nacionais no brasil tem um ônus bastante pesado e em torno disso muitas coisas acontecem, principalmente muita pilantragem vinda de todos os lados, não se pode baixar a guarda em momento nenhum. Durante esse tempo trabalhando com eventos subterrâneos aqui no Nordeste, pude aprender bastante com meus acertos e erros, e a conclusão que chego hoje é que a restrição e o radicalismo (principalmente consigo mesmo) são os primeiros passos a serem dados. O metal em si está totalmente infectado por vagabundos de quinta categoria com um pensamento cristãozinho safado com raízes profundas em suas mentes; e se misturar e ser conivente com tais indivíduos medíocres é igualar-se a eles.
Quanto a recomeçar com a Desgraça Eterna também não foi nada fácil, infelizmente é difícil encontrar bons músicos que sejam dedicados e comprometidos, e principalmente que tenham pensamentos e atitudes coerentes com o Metal Negro e a Desgraça Eterna. Guerreiros assim geralmente já estão compromissados com outras hordas ou preferem não tocar mais por estarem decepcionados com a mal_dita “cena”.
Atualmente a desgraça eterna, além de mim, é composta por mais três seres malignos: Hellfire (bateria), Lunático (baixo) e Speedy (guitarra).
É a primeira vez que a Desgraça Eterna é composta por um quarteto, para mim é uma experiência nova e totalmente avassaladora pois além dos atuais membros serem bastante dedicados, compromissados e terem um excelente nível musical, conseguimos levar o som para um patamar superior, muito mais perverso, caótico, poderoso e desolador.
(Cleyton Aamon) como é para você ser criador de todos os Hinos da horda e de onde vem as suas influencias malditas??
(Averno Tormento ) Dizer que eu criei tudo sozinho seria uma injustiça tanto para os guerreiros que serviram à horda quanto para com os atuais. Apesar da minha significativa parcela na criação dos hinos, muito mais por ser o idealizador da Desgraça Eterna, tanto os antigos hinos quanto os novos são feitos de forma conjunta. Cada guerreiro acrescenta sua parcela de forma individual ou coletiva tanto na construção quanto na lapidação das músicas. Particularmente tenho tentado fazer riffs mais elaborados e criativos que não soem como algo “enlatado”. Speedy e eu temos trabalhado em hinos novos, nossas ideias estão se mesclando perfeitamente, e claro tenho aprendido muito com ele pois se trata de um gênio musical, um verdadeiro monstro guitarrista das artes negras.
Além dos hinos que escuto e hordas que aprecio minhas influências para compor tanto Riffs quanto letras advêm das minhas próprias experiências vividas e conhecimentos adquiridos durante esta minha existência nonsense. Tento através de um tipo de sublimação musical transpassar toda essa carga negativa e miserável da condição humana que macula tudo que toca dentro desta atmosfera vagante. A desgraça eterna é a entropia, o colapso de toda a hipocrisia humana e onde a esperança e a ilusão se encerram.
(Cleyton Aamon) Antes da Desgraça quais eram seus Projetos?
(Averno Tormento ) A Desgraça Eterna foi fundada em 2001 na época eu tinha 19 para 20 anos, foi a primeira horda de Metal Negro que surgiu no Norte de Minas e também a primeira na região a compor seus próprios hinos.
Antes da Desgraça Eterna, na época de escola ainda, toquei em algumas bandas, porém covers, tocávamos o que gostávamos, sons de estilos variados (dentro do metal é claro); naquele tempo pude conhecer músicos talentosos apesar da pouca idade de todos, e muitas pessoas cheias de atitude na época. Essa época serviu-me de aprendizado musical, de ensaios, shows, composições etc.
(Cleyton Aamon) Averno Tormento Guerreiro qual seu pensamento sobre o Radicalismo Contra o "Metal cristão”?
(Averno Tormento ) Apoio totalmente o radicalismo de fato contra o “metal cri$tão”. O cri$tiani$mo não passa de uma lavagem cerebral, uma doença mental e da alma. Apesar de hoje a maioria das bandas serem vendidas, o metal surgiu como uma revolução ideológica, musical e artística contra todo o sistema político, econômico e religioso que nos oprime. Aceitar o cri$tiani$mo no metal é reconhecer que você não passa de um merda que ainda aceita as imposições religiosas e políticas que apodreceram, escravizaram, roubaram e destruíram a dignidade do homem.
Aceitar o cri$tiani$mo no metal é aceitar o inimigo que sempre nos tratou como lixo, de forma preconceituosa autoritária e inescrupulosa.
É preciso haver ações cada vez mais severas contra tais dogmas e vermes inúteis que tentam a todo custo se infiltrar e poluir algo que foi construído com muito sacrifício e honra, mas que hoje se encontra contaminado pela presença não grata de tais parasitas.
(Cleyton Aamon) Como foi Subir ao Palco com Desgraça Eterna Pela Primeira vez?
(Averno Tormento ) Penso que subir em um palco e tocar é uma das manifestações máximas da expressão artística e ideológica musical, o que por sua vez requer muita luta e responsabilidade. A Desgraça Eterna quando surgiu era algo totalmente abominado na cidade em que morava, éramos investigados e abordados pela polícia constantemente, tidos como marginais ou uma seita por executarmos nosso som herege, a sociedade e a igreja nos horrorizavam de uma forma extrema; o que passou a refletir no meu modo de vida e como as coisas aconteciam. A primeira vez que a desgraça eterna tocou foi um ato de total rebeldia e afronta contra essa sociedade medíocre que nos oprimia. Tocamos em uma casa abandonada, toda destruída, pixada, puxamos um “gato” da rua para conseguir energia elétrica, velas pretas de mais de um metro iluminavam a casa e crânios de animais e armas a adornavam, as pessoas lá dentro se entregaram ao caos, a escuridão, lascívia e um som infernal que os revelava a loucura e o horror. A vizinhança contatou a polícia que foi recebida com uma machadada no para-brisa da viatura; o que antecipou apenas um pouco o fim da celebração.
Essa é uma velha e longa história, mas apesar de tudo que aconteceu, por alguns instantes houve uma magiKa naquela noite profana, onde todos entenderam o verdadeiro significado da liberdade. E foi esse sentimento, esse despertar que me fez querer seguir adiante como um opositor.
Atualmente tenho ponderado bastante em quais eventos e com quem tocar, pois a Desgraça Eterna é o trabalho mais importante da minha vida, então devo valorizar isso no momento de aceitar alguma proposta ou dividir palco com outras bandas ou hordas.
(Cleyton Aamon) Sei que vem Material Novo esse ano, e ai pode falar algo sobre o que está por vir? Já tem proposta de Turnês pelo nordeste ou pelo sul do Brasil??
(Averno Tormento ) Isso mesmo, a Desgraça Eterna gravará seu debut-álbum nesse ano ainda. Trata-se de um full length de 40 minutos composto por 6 hinos sombrios de metal negro extremo e caótico revelados aos guerreiros da morte sob a onomástica de “Sombrio Pacto com a Escuridão Eterna”.
Apesar de contar com duas músicas das antigas demos, é um som muito mais evoluído e trabalhado, com todos os instrumentos e vocais chegando a níveis mais extremos, melodias negras e desesperançosas, sem perder de forma nenhuma a essência perversa e subversiva da Desgraça Eterna, pelo contrário, aprofundando-se ainda mais nos abismos existenciais.
Apesar dos quase 13 anos de existência nessa esfera existencial maldita, a Desgraça Eterna é bastante desconhecida, então falar sobre turnês ou proposta de turnês não é algo que se adequa à realidade e o ideal da horda. Como disse a tendência é restringir cada vez mais as apresentações, participando somente de rituais, celebrações ou círculos que realmente importem em um caráter terrorista e revolucionário, que valham a pena em termos de experiência, desta forma repudiando cada vez mais o caráter totalmente comercial e capitalista da maioria dos eventos que acontecem.
Na noite de 15 de agosto participaremos do segundo ato de Intolerância dentro do Metal Negro o infame Pvtridvs Vox Ritual, que se trata de uma “aversão terrorista contra a ignorância dentro e fora do metal negro”, um ato que desmascara toda essa hipocrisia que contamina o metal.
(Cleyton Aamon) o Fim é todo seu Guerreiro.
(Averno Tormento ) Agradeço ao leal amigo e nobre aliado Cleyton Amon pela oportunidade de expor minhas ideias e falar um pouco sobre meu trabalho. Nós que nos opomos a toda essa farsa medíocre que se infiltra cada vez mais no metal Negro sabemos da importância que os verdadeiros veículos de informação subterrâneos possuem. Vivemos em tempos que palavras como propósito, oposição, revolução e radicalismo perderam seu significado para a maioria dentro do metal negro. É preciso haver uma autocrítica, um despertar. Vemos todos os anos bandas comerciais como Marduk, Belphegor e Dark Funeral dentre outras tocarem em mega estruturas no Brasil, receberem tratamento de estrelas tanto por parte dos produtores quanto por parte do público que os tratam como deuses. Quando um produtor promove um evento beneficente é repudiado por todos (o que concordo totalmente), e o mesmo vale para as hordas nacionais, mas quando uma banda gringa toca em eventos como o Abril Pro Rock, que recolhe alimentos, que tem bandas de pop rock, hc e outros tipos no cast todos se omitem e vão mesmo assim “porquê é uma banda gringa”. Enquanto isso as hordas brasileiras não recebem nenhum tipo de apoio ou estrutura, muitas vezes vítimas desses mesmos produtores que não dão qualquer tipo de suporte digno para as hordas. Em quase todos os eventos ‘undergrounds’ o que se passa é uma total frivolidade e alienação.
Como muitos já me vi em situações que me fizeram questionar o que realmente sou e qual o meu propósito dentro disso tudo que batemos no peito e chamamos de Ideal, de estilo de vida, de Metal Negro. E as respostas para o autoquestionamento só são válidas através das atitudes do indivíduo. É necessário radicalizar consigo mesmo; e se quisermos nos tornar verdadeiros guerreiros, não devemos temer a sociedade, as igrejas a morte ou a dor. Revoluções verdadeiras são necessárias mas só são possíveis quando partem do indivíduo.
Hail666 sou do Norte de Minas,tenho uma horda sei bem das dificuldades a desgraca eterna deve ter passado por aqui...
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